Psicólogo e Terapeuta Sexual
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João Batista Pedrosa

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pt5O ambiente onde somos criados é decisivo para formação do nosso Repertório Comportamental. Este ambiente irá modelar um conjunto extenso de comportamentos que fará parte do repertório de cada um de nós. Na aquisição da linguagem entre humanos, uma criança entre um e seis anos de idade amplia seu vocabulário a uma taxa média de cinco a oito palavras por dia; em torno de seis anos de idade, uma criança provavelmente tem um vocabulário produtivo de milhares de palavras (Catania, 1999).

A aquisição da linguagem é só um aspecto da formação do repertório. Uma infinidade enorme de outros comportamentos operantes é modelado ao longo da vida. Mas, é na infância que ocorre os condicionamentos decisivos para formação do repertório.

O comportamento verbal é explicado por suas conseqüências e o seu contexto. Suas conseqüências são resultados das ações dos ouvintes. O comportamento verbal parece começar por imitação e depois é modelado pelas suas conseqüências, como receber reforçamento positivo das pessoas que convivem com a criança: muito bem, parabéns!; repete para papai ouvir, carro vermelho, acertou!; que menina educada, falou obrigada, vem cá para a mãe te dar um beijo!, entre outros.

Faz parte do repertório de um organismo, seja ele humano ou não-humano, um comportamento que este organismo pode emitir, no sentido de que o comportamento existe em um nível acima de zero, foi modelado ou, se extinto, pode ser rapidamente reinstalado (Catania, 1999).

Comportamento governado por regra e modelado por contingência

Quando dizemos que um comportamento é governado por regra (ou verbalmente) defini-se que uma regra controla determinado comportamento e esta regra é um tipo de estímulo discriminativo (Sd) verbal para que o comportamento seja emitido. Pai (falante) diz para o filho (ouvinte): filho toda vez que sair do metrô, tire o celular da cintura e ponha no bolso. A regra é dirigida, instruída, comentada e estar sob controle de um Sd verbal, no caso o comentário do pai. Caso o pai não fale para o filho e num determinado dia o filho, ao sair do metrô, tem seu celular roubado, a partir deste dia o filho, ao sair do metrô, põe o novo celular no bolso. Aqui o comportamento foi modelado por contingência. O ato de agora colocar o celular no bolso surgiu sem instrução prévia, mas como conseqüência de uma punição a partir da interação com o ambiental. Colocar o celular no bolso neste contexto é um reforço negativo de esquiva que previne a estimulação aversiva, ser roubado de novo.

Quando a pessoa demonstra o ato sem falar dele é um sinal de que o comportamento foi modelado por contingência como: quando o bebê começa a engatinhar, vai se segurando nos móveis, cai e levanta sucessivamente, até aprende a andar; ou o adolescente que nunca cozinhou arroz, foi morar sozinho, e depois de queimar duas vezes a comida começou a acertar o ponto do arroz.

O comportamento governado por regras é um tipo de conhecimento declarativo, a pessoa “sabe sobre”. Já o comportamento modelado por contingências é um tipo de conhecimento operacional, a pessoa “sabe como”.

Separamos comportamento governado por regra do modelado por contingência na tentativa de explicar como é formado nosso repertório comportamental. É difícil pensar em exemplos puros de comportamento modelado por contingências porque muito de nosso comportamento começa com instrução e passa a ser modelado pelas contingências quando se aproxima de sua forma final (Catania, 1999).

É inconcebível pensarmos alguém cursar medicina e formar-se sem nunca ter tido uma aula prática. As muitas horas de aulas teóricas referem-se ao “saber sobre”, são as regras dos procedimentos. Depois é necessário o estudante “saber como”, estabelecendo as contingências na prática do centro cirúrgico. Lá, ele vai modelando seu comportamento de procedimentos cirúrgicos e incorporando todos estes operantes no seu repertório comportamental de médico cirurgião. As primeiras aproximações são grosseiras, porque estão sobre controle das regras, que são corrigidas pelo médico mais experiente. O produto final, depois de várias tentativas, é o comportamento modelado por contingências que é refinado depois de repetições.

Formação do repertório comportamental sexual
A formação do nosso repertório sexual, também, é estabelecido por regras e contingências. Numa perspectiva da Análise do Comportamento nosso repertório sexual é estabelecido através de influências genéticas, ambientais e das práticas culturais.

Já nascemos pré-programados para respondermos a determinada estimulação ambiental: a saliva eliciada por comida ou ácido na boca é um membro de uma classe de RESPONDENTES, que são classes de respostas definidas em termos dos estímulos que as produzem fidedignamente. O comportamento de salivar a partir de uma estimulação que vem do ambiente (comida na boca) foi selecionada filogeneticamente. A região pélvica nos organismo humanos foi selecionada com muitas terminações nervosas em particular a glande no homem e o clitóris na mulher. Estimulações ambientais, o roçar, nesta região mesmo em organismos com pouca idade irá provocar uma reação respondente, ou seja, a eliciação de uma resposta excitatória de tumescência.

Aprendemos durante a infância e adolescência (por regras e contingências) que roçando algo no pênis será eliciada uma resposta prazerosa. Através dos jogos sexuais infantis, das regras que são passadas pelos mais velhos e das contingências estabelecidas nas primeiras relações sexuais forma-se o repertório sexual definindo os OPERANTES, que são classes de respostas definidas em termos de estímulos que produzem conseqüências. O operante é o comportamento mais provável na presença de um estímulo discriminativo devido a uma história de reforço na sua presença. Construímos um operante ao tornarmos um reforço contingente a uma resposta. A maneira como ocorreu às primeiras relações sexuais, o reforçamento (orgasmo e ejaculação), dentre outros, definirá classes de operantes.

Referência bibliográfica:

Catania, A. C. (1999). Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognição. Porto Alegre: Artmed.

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