Psicólogo e Terapeuta Sexual
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João Batista Pedrosa

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pt4O comportamento tem conseqüências e uma propriedade importante do comportamento é que ele pode ser afetado por suas conseqüências. (Catania, 1999). Um aspecto fundamental para entendermos como o comportamento ocorre é que, além da necessidade da existência de um estímulo, as conseqüências do comportamento afetam como o organismo vai se comportar. Em todos os ambientes em que vivemos as conseqüências estão presentes e nós aprendemos a discriminar se algo será reforçado ou punido.

Uma das primeiras tentativas sérias de estudar as mudanças ocasionadas pelas conseqüências do comportamento foi feita por E.L. Thorndike em 1898. (Skinner, 1974). Seus experimentos permitiram que se descobrisse uma lei importante: o comportamento se estabelece quando seguido de certas conseqüências. Os animais submetidos aos experimentos eram privados de alimentos e aprendiam a fugir da caixa-problema operando um dispositivo que abria a porta libertando-os para que saciasse sua fome com a comida (reforço) fora da caixa. Thorndike descobrira um princípio que ele denominou de Lei do Efeito. A lei passou por revisões, mas sua essência evidencia que a probabilidade de resposta pode ser aumentada por algumas conseqüências e reduzidas por outras (Catania, 1999).

Reforço
Num experimento de laboratório as pressões à barra para liberar água, por um rato privado de água, aumentam quando a cada pressão é liberada água (reforço) e diminuem quando a pressão não libera água (extinção). O cliente sempre volta ao restaurante X, pois a qualidade da comida e o atendimento aumentam a probabilidade do cliente procurar o restaurante X e não o Y. Estes dois exemplos ilustram o Princípio do Reforço: o responder aumenta quando produz reforçadores. No rato a água e no homem a qualidade da comida e do atendimento.

Para (Catania, 1999) o termo reforço é descritivo, não explicativo. Ele nomeia uma relação entre o comportamento e o ambiente. Esta relação inclui três propriedades: 1. as respostas devem ter conseqüências; 2. sua probabilidade deve aumentar, ou seja, as respostas serão mais prováveis do que quando não tinham essas conseqüências; e 3. o aumento da probabilidade deve ocorrer porque a resposta tem essas conseqüências e não por outra razão qualquer.

Durante nossa vida entramos em contato com inúmeros ambientes e as conseqüências de muitas respostas permanecem constantes durante toda a vida. Mas, algumas respostas não são reforçadoras e sim punidoras. No caso do ambiente que nos interesse analisar, o sexual, uma disfunção sexual pode ocorrer como um punidor, trazendo sofrimento para o indivíduo, merecendo tratamento. Encontramos uma variedade enorme de reforçadores. Muitos provam sua eficácia na primeira experiência que o organismo tem (um único reforço) outros adquirem suas propriedades ao longo da vida por uma história de reforçamento.

Tipos de reforços
Reforço Incondicionado: é um reforçador que não depende de qualquer relação com outros reforçadores. Uma rajada de vento com poeira eliciará mais lágrimas e os olhos se fecharão.

Reforço Condicionado:
é aquele que se torna efetivo em virtude de sua relação com algum outro reforçador. A criança faz a lição de casa, pois sempre a professora elogia os alunos aplicados.

Reforço Generalizado:
está relacionado com outros possíveis reforçadores. Um bom exemplo deste reforço é o dinheiro.

A aquisição do comportamento dar-se através do reforço. O reforço produz comportamentos que têm conseqüências. São estas conseqüências que denominamos de aprendizagem. Por exemplo, aprendemos desde cedo que não devemos passar no sinal vermelho, pois as conseqüências poderão ser um atropelamento ou uma multa (punição).

O reforço é positivo quando a conseqüência do responder é a adição de um estímulo ao ambiente do organismo: a resposta acrescenta algo ao ambiente. O reforço é negativo quando a conseqüência do responder é a subtração de um estímulo do ambiente do organismo: a resposta retira algo do ambiente. No ambiente sexual o reforço, também, faz a resposta reforçada aumentar mantendo-a (positivo) ou suprimindo-a (negativo).

Exemplos
Marcelo nunca perde a ereção ou ejacula rápido com Dores, pois sente atração sexual por ela. Ela, que é o seu ambiente sexual, demonstra muito prazer no sexo: boa lubrificação e sempre tem orgasmo. Marcelo e Dores gostam deste ambiente que o reforça positivamente.

Ricardo muitas vezes perde a ereção na relação sexual com Márcia no momento da penetração vaginal. Ela sente muita dor na penetração (Dispareunia) tem pouca lubrificação e nunca o procura para sexo. Ricardo fica tenso neste ambiente que o reforça negativamente. Sua perda de ereção na penetração vaginal é um reforço negativo de fuga, ele elimina o incomodo de provocar sempre dor em Márcia quando faz a penetração.

João sempre ejacula rápido com Luiza, sua segunda namorada. Com Moema, sua primeira namorada, tinha medo de engravidá-la e sempre ejaculava antes da penetração - reforço negativo de esquiva, que é a prevenção de uma estimulação aversiva, engravidar a parceira. João condicionou a ejaculação rápida numa história de reforço com Moema e a generalizou para todos os ambiente sexuais. Observação: todos os nomes dos exemplos são fictícios.

Referências bibliográficas:
Catania, A. C. (1999). Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognição. Porto Alegre: Artmed.
Skinner, B. F. (1974). Ciência e comportamento humano. 2. ed. São Paulo: Edart.
Skinner, B. F. (1993). Sobre o behaviorismo. São Paulo: Cultrix.
Skinner, B. F. (2005). Questões recentes na análise comportamental. 5ª ed. Campinas: Papirus.

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