Psicólogo e Terapeuta Sexual
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João Batista Pedrosa

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pt2A terapia comportamental aplicada ao tratamento da disfunção sexual está interessada na análise de que maneira o cliente interage com o seu ambiente sexual. O terapeuta comportamental analisa as interações existentes entre o organismo (pessoa-cliente) e o seu ambiente. Entende-se aqui como ambiente, a parceria sexual do cliente, o local e a maneira como ocorre a relação sexual.

Comportamento
operante

A palavra operante se aplica a alguma coisa que opera, ou que exerce uma influência. O comportamento operante age sobre o ambiente. Ele tem um efeito direto sobre o ambiente. Uma determinada conseqüência do operante que resulte no aumento da freqüência das respostas posteriores pode ser chamada de reforçamento.

No operante a freqüência da resposta é dependente da história de condicionamento (reforçamento), estados de privação e condições dos estímulos. O repertório comportamental de um indivíduo é formado, também, pelos operantes que são condicionados durante sua vida. Um comportamento operante (opera sobre o ambiente) é o comportamento que é mais provável na presença de um estímulo discriminativo devido uma história de reforço em sua presença no passado. O comportamento operante é controlado pelo contexto e pelas suas conseqüências.

Reforço positivo e reforço negativo

O organismo encontra-se em constante interação com o ambiente e o seu comportamento é sempre afetado pelas conseqüências que comportamentos similares tiveram no passado. Skinner (1993) evidencia que, “Quando um comportamento tem o tipo de conseqüência chamado de reforço, há maior probabilidade dele ocorrer novamente. Um reforço positivo fortalece qualquer comportamento que o produza... um reforço negativo revigora qualquer comportamento que o reduza ou o faça cessar...” (Skinner, 1993, p.43).

O reforçamento é positivo quando um reforçador positivo é apresentado e fortalece um determinado comportamento. A criança ama o seu pai, todos os dias ao final da tarde fica no portão de casa esperando o pai chegar do trabalho, pois provavelmente receberá um mimo dele: um beijo ou um doce. Beijo e doce são reforçadores positivos que fortalecem e aumentam a freqüência do comportamento da criança de ficar esperando o pai no portão.

O reforçamento é negativo quando um reforçador negativo é removido fazendo cessar um comportamento. A criança detesta sua babá, de manhã quando a mãe sai para trabalhar a criança chora, pois não gosta da babá, ela é uma pessoa que pune a criança com castigos. Ficar com a babá é aversivo para criança. Diariamente a criança entra no carro da mãe segura o banco e não quer sair do carro.  
Ficar dentro do carro segurando o banco para ir embora com a mãe é um reforçador negativo, pois  visa remover algo que é aversivo, a babá. É um reforço negativo de FUGA (eliminação de uma estimulação aversiva) que poderá cessar o comportamento da criança de ficar com a babá em casa. Mas, a criança não consegue ir com a mãe e fica com a babá em casa. Para ter um mínimo de contato com a babá a criança fica todo tempo no quarto por temer possíveis castigos. Quando a babá entra no quarto a criança corre e se esconde embaixo da cama. Esconder-se embaixo da cama é um reforço negativo de ESQUIVA (prevenção de um possível estímulo aversivo, a punição da babá).

Contingências de reforçamento

As relações entre organismo e ambiente são chamadas de contingências de reforçamento. O terapeuta irá identificar e demonstrar, através de hipóteses, as relações funcionais existentes nestas contingências de reforçamento e poderá ter uma explicação de uma possível disfunção sexual de origem não-orgânica. Partimos sempre do princípio que qualquer comportamento é determinado por algo, ou seja, existe uma relação causal na sua determinação.

A análise do comportamento objetiva evidenciar quais são as leis que determinam como os organismos se comportam. Ao contrário da Psicologia tradicional introspectiva que destaca o papel de algo nomeado de “mente” na determinação do comportamento, a análise do comportamento acredita que o comportamento ocorre através das contingências de reforçamento na inter-relação entre o organismo e o ambiente. A terapia comportamental aplica os princípios da análise do comportamento.

Sinopse de casoejaculação rápida

Mário (nome fictício), 28 anos, sofre com sua ejaculação rápida primária. Desde as primeiras relações sexuais na adolescência não consegue ter o controle ejaculatório. Relata que é ansioso e acredita que a causa da falta do controle ejaculatório é a sua ansiedade. Ao contrário do que pensa, a ansiedade não é a causa da sua falta de controle ejaculatório. É sua história de reforço em ejacular rápido que provoca a falta do controle ejaculatório. Ele relata que seu pai era violento e apanhou muito quando era criança. Recebeu dezenas de surras com vara de goiabeira, cabo de enxada e fio de cobre. Uma destas surras marcou bastante: estava no banheiro se masturbando quando o pai surpreende-o. Passou a se masturbar no quintal da casa, atrás de uma árvore. Procurava ejacular o mais rápido possível com medo de ser pego.

Sua primeira relação sexual foi aos 17 anos com uma garota de programa. Lembra que ejaculou muito rápido. Desde então, teve várias namoradas antes da atual e sempre ejacula nos 30 primeiros segundos da relação. Mário foi criado num ambiente com muitas contingências negativas. Foi muito punido pelo pai com surras. Sua mãe submissa, sempre apoiou o pai. Mário generalizou uma ansiedade crônica para muitos ambientes, não só o sexual, com medo de possíveis punições. Seu organismo sensibilizou-se para ejacular rápido.

Através da Terapia Comportamental usando a Técnica de Dessensibilização e Modelagem de Comportamento (reforço diferencial e aproximação sucessiva) é possível extinguir este operante (ejacular rápido) fazendo com que Mário passe a ter o controle ejaculatório.

Referências bibliográficas: Skinner, B. F. (1993). Sobre o behaviorismo. São Paulo: Cultrix. Skinner, B. F. (2005). Questões recentes na análise comportamental. 5ª ed. Campinas: Papirus.

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